sexta-feira, 8 de abril de 2011

90% OFF: Reinaldo Lourenço explica a lógica dos mega bazares

Não é raro ser super fã de um estilista, mas não ter uma única peça dele para chamar de sua, devido aos preços que elas custam. Para essas pessoas, os mega bazares promovidos pelos criadores brasileiros são muito aguardados, já que as peças chegam a ter 90% de desconto no preço da etiqueta, tornando muito mais acessível aquele vestido lindo de seda.
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O estilista Reinaldo Lourenço ©Reprodução
O curioso é que, até pouco tempo atrás, os bazares eram raríssimos, e aconteciam apenas duas liquidações por ano, de inverno e verão. Hoje, no entanto, são vistas vitrines com as palavras “sale” com bastante freqüência, o que suscita a pergunta “Isso não tira o valor da marca?”, já que as pessoas sabem que, em pouco tempo, todas aquelas peças estarão cerca de 40% mais baratas. Muita gente hoje deixa para comprar em época de ofertas. E quem paga  preço cheio por uma peça mais exclusiva não fica lá muito contente quando vê que a mesma está custando 70% mais barata.
Para explicar melhor essa relação de marca com bazares e liquidações, o Portal FFW falou com Reinaldo Lourenço, responsável por um dos mega bazares mais esperados da paróquia.
Leia a entrevista abaixo:
Estávamos acostumados com apenas duas liquidações ao ano, de inverno e verão. Hoje, no entanto, há liquidações e bazares o ano todo. Por que essa mudança?
As liquidações e os bazares são uma ferramenta que as marcas usam para giro de estoque. Eu já faço bazares há alguns anos, com as peças que sobraram das minhas coleções antigas. As grandes marcas possuem outlets, e eu faço bazares duas vezes ao ano.
reinaldo Vestido de tafetá de R$ 1.417 por R$ 238 |Vestido de veludo de R$ 2.486 por R$ 497,20 | Capa de algodão de R$ 1.318 por R$ 395,40 ©Divulgação
Como isso afeta o trabalho do estilista? É ruim ou pode ser benéfico?
Não afeta o meu trabalho, pois são coisas distintas. Quem quer a coleção atual compra na loja e não faz questão de comprar no bazar, que vende produtos lançados há mais de um ano e sem muita grade (opções de tamanho). O bazar é bom para quem não tem condições de comprar a coleção nova na loja, com preço cheio. Eu tenho cliente de loja e cliente de bazar, são perfis diferentes.
Como a marca lida financeiramente com isso? Porque produzir tem um custo, e nas liquidações e bazares o valor fica cerca de 70% mais barato, então como cobrir esse “buraco”?
Não tem buraco, pelo contrário, se já existe uma sobra no estoque é melhor vender do que deixar estocado.
reinaldo2 Camisa de organza de R$ 1.927 por R$ 578,10 | Top de mousseline de R$ 658 por R$ 197,40 e saia de jacquard com seda de R$ 1.531 por R$ 459,30 | Vestido de jacquard com seda de R$ 2.200 por R$ 660 © Divulgação
Há clientes que, já acostumados com as liquidações e bazares, acabam indo à loja apenas nessas ocasiões. Qual a estratégia da marca para “seduzir” a compradora para consumir na loja em épocas normais?
Nas minhas lojas atendemos as clientes de forma diferenciada e personalizada, além de oferecermos a elas a possibilidade de fazerem pedido especial, o que tem acontecido muito, que são peças que produzimos sob encomenda, de acordo com as medidas das clientes, que assim ficam com uma peça única, exclusiva. Na loja a cliente pode ver a coleção completa e conhecer as novidades, as ideias novas para a estação.
Determinadas peças têm um abatimento bastante grande do preço. Isso já “provocou” alguma cliente assídua, que não gostou de ver uma roupa adquirida por ela por um preço cheio, sendo vendida com 90% de desconto?
Isso não acontece comigo, pois as peças encontradas em loja demoram um ano e meio para serem vendidas a 90% de desconto (que é um diferencial do bazar, pois em liquidação chegamos ao máximo de 60% de desconto). E, além disso, não são todas as roupas, as peças mais elaboradas nem entram na liquidação. O bazar não é feito apenas de peças que sobraram na loja, muitas peças da loja acabam antes da liquidação, no bazar entram também as peças que sobraram dos pedidos do atacado, além de peças que crio especialmente para o bazar, onde atendo outro tipo de público.
Mega-bazar Reinaldo Lourenço
QUANDO De 7 a 20 de abril. Segunda a sexta-feira, das 10h às 20h; sábado e domingo, das 10h às 18h
ONDE Rua Eugênio de Medeiros, 476, Pinheiros – São Paulo
COMO CHEGAR Veja o mapa
TEL (11) 2813-8805
+ reinaldolourenco.com

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